GREVE NO PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE SÃO PAULO
COMEÇA DIA 14 DE MAIO
Na última Assembleia Geral Presencial, realizada na tradicional Praça João Mendes — entre o Fórum João Mendes Júnior e o Palácio da Justiça — cerca de 600 servidores do Poder Judiciário Paulista, representando comarcas de todo o estado, decidiram dar um basta ao prolongado descaso do Tribunal de Justiça de São Paulo.
A categoria estabeleceu o dia 14 de maio de 2025 como o marco inicial da greve geral estadual, em razão da defasagem salarial acumulada de 30,24% desde 2002. A reivindicação não se trata de aumento real, mas sim da reposição da inflação do período, conforme determina o artigo 37, inciso X, da Constituição Federal, além de leis aprovadas na Assembleia Legislativa e sancionadas pelo Governo do Estado.
A proposta de 5% indignou ainda mais a categoria
Mesmo diante da pressão legítima por direitos básicos, o Tribunal de Justiça ofereceu apenas 5% de reajuste — percentual que agrava ainda mais a indignação dos trabalhadores. Com essa proposta, ficou claro: a paralisação se tornou inevitável.
A luta também é por diálogo real
Na tentativa de barrar o movimento, mais uma reunião virtual foi convocada com as entidades. A dúvida permanece: será de fato uma mesa de negociação ou apenas mais uma repetição do discurso sobre “limitações orçamentárias”? Um argumento que os servidores sabem não se sustenta, dado o uso atual dos recursos do TJ-SP.
A mesa de negociação reivindicada pelas entidades não é simbólica, mas sim um espaço efetivo para:
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Discutir o orçamento com transparência,
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Acompanhar sua execução,
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Zerar a dívida com os servidores,
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Reivindicações além da inflação.
Além da reposição das perdas inflacionárias, a pauta da categoria inclui:
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Pagamento prometido aos Assistentes Sociais
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Concessão de gratificação aos Agentes
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Início imediato do processo de reconhecimento do Nível Superior para Escreventes, com envio do projeto à ALESP
A hora é agora!
Mesmo sob ameaças e possíveis atos antissindicais, os servidores demonstram coragem e unidade. "Não há o que temer", afirma o movimento. A greve é legítima, amparada pela Constituição, e encontra apoio crescente da sociedade civil, da advocacia e da OAB.
“Não precisávamos ter chegado a isso, mas chegamos. Só nos resta a luta. E ela começa no dia 14 de maio de 2025.”
Avante, servidores do Judiciário Paulista.
Fonte: José Gozze
Presidente da ASSETJ, FESPESP e da Pública – Central do Servidor